O SINTUFSC

História

A história do SINTUFSC pode ser contada a partir dos antagonismos que sempre marcaram a categoria dos técnico-administrativos bem como a luta pela universidade pública. Esses confrontos – ainda presentes – vêm se alternando na condução da luta coletiva e a partir delas podem-se perceber as diferentes concepções de luta, de sindicalismo, de universidade e de sociedade em disputa dentro da instituição.

Uma história a se fazer

A história do Sintufsc é repleta de momentos bonitos e inspiradores, desde as lutas pela conquista da Asufsc, passando pela formação do sindicato, as primeiras greves dos anos 1980, os movimentos dos anos 1990 que garantiram a permanência da universidade pública, as lutas no início do milênio dentro do governo petista. Cada uma destas batalhas carregaram os trabalhadores para as assembleias, passeatas, marchas à Brasília, grupos de trabalho, mobilizações conjuntas com professores e outras categorias. Cada momento foi consolidando o espírito de uma categoria que, a despeito de suas divergências internas, encontra caminhos de unificação sempre que a luta pela universidade se apresenta.

Os trabalhadores técnico-administrativos se dividem na compreensão do que seja a política, nas concepções sindicais, na relação com a reitoria, com os professores, enfim, travam duros combates internos, mas jamais se furtaram a se levantar em luta quando foi necessário para defender direitos, batalhar por novas conquistas e defender a universidade da sanha privatista que volta e meia retorna nos governos de plantão.

Agora, em 2021, nesses tempos de pandemia, mesmo trabalhando remotamente, temos a ação do sindicato na luta por condições de trabalho para os trabalhadores do HU e na batalha pela vida dos demais companheiros e companheiras que se esfalfam no trabalho à distância. E também segue a vigilância permanente contra as propostas de privatização da universidade e destruição de direitos.

Vivemos um tempo de sindicato classista, de luta, independente e de luta. Seguimos vivos e estamos juntos.

Saiba mais sobre a história do SINTUFSC em nossa linha do tempo!

A instalação da universidade pública em Santa Catarina aconteceu em 1960 e o processo de organização dos trabalhadores levou algum tempo para se construir. Logo em seguida veio o golpe cívico/militar em 1964 e tudo ficou ainda mais obscuro. Nos primeiros anos os trabalhadores eram contratados sem concurso, então, a relação de poder com os dirigentes era quase como se estivessem devendo um favor, e muitos dos chefes incentivavam esse sentimento que até hoje parece existir.

Registro feito em 1971, durante a construção do prédio da Reitoria (Acervo Fotográfico/ Agecom UFSC)

 

Manifestação estudantil, 1968. Foto: Acervo Agecom/UFSC

 

Os primeiros passos da organização

Foi dentro desse caldo cultural e político – em plena vigência do AI-5 – que a primeira entidade de organização dos trabalhadores da UFSC apareceu em 1969, obviamente constituída a partir de cima, da reitoria: a Associação dos Servidores da UFSC, ASUSFC. Ela era formada por professores e técnico-administrativos e vem desde aí também o primeiro grande antagonismo que envolve a relação professores x Taes, pois apesar de registrar as duas categorias nas diretorias eram notadamente os professores os que davam a linha de atuação na entidade. A Asufsc, obedecendo ao espírito da época, tratava de organizar as festas e o assistencialismo sendo que a atividade política estava vedada desde o estatuto, até porque havia uma sucursal do SNI (Serviço Nacional de Informação) dentro da UFSC e era proibida aos trabalhadores qualquer manifestação.

Em 1979, uma década depois, tem início uma nova fase dentro da Asufsc, com a reelaboração do estatuto e o começo de uma espécie de “dinastia” que vinha de dentro do departamento de pessoal na figura do trabalhador Nilto Parma, amparado na reitoria. Afinal, era a administração central que desde 1969 garantia financeiramente e com pessoal o funcionamento da instituição, portanto, cobrava o “favor” em atrelamento político. Naqueles dias o trabalhador que entrava na UFSC já assinava também a sua filiação à associação, ali mesmo, dentro do Departamento Pessoal. Não havia liberdade de escolha.

Mas, também naqueles anos do final dos 1970 o país já se movimentava com as grandes greves no ABC paulista e os trabalhadores percebiam que chegava um tempo em que poderiam começar a atuar politicamente dentro da universidade. A entrada na instituição, como trabalhadores, de Antônio Carlos Silva e Manoel Arriaga, que já eram militantes de movimentos políticos fora da UFSC, abre um caminho novo e possibilita a criação de um grupo de oposição dentro da Asufsc, que começa a discutir emas como direitos dos trabalhadores, liberdade de escolha, política.  Ainda assim Nilto Parma dirige a entidade por quatro mandatos, sempre sustentado pela reitoria, mas não sem disputa na política de condução e de representação. É um momento da história da universidade em que entram muitos trabalhadores vindos de outros estados como São Paulo e Rio Grande do Sul, e uma boa parte deles com militância em movimentos e partidos, o que vai mudar o perfil do quadro de trabalhadores e dar mais fôlego para a oposição.

Em 1989, depois das vitórias alcançadas com a nova Constituição brasileira, a UFSC também entrou no rumo das transformações. Finalmente a oposição, depois de anos de trabalho duro, vence as eleições na Asufsc reunida no primeiro grupo do Movimento Alternativa Independente (o MAI) ainda bastante eclético, pois trazia em seu interior o grupo de esquerda e também outro grupo que igualmente se colocava contra o Nilto Parma. Essa união  garantiu a vitória e finalmente a Asufsc sai da sua versão paterno/assistencialista para um processo político mais elaborado. Na cabeça da chapa estava Helena Dalri, que iria ser uma das grandes lideranças dos trabalhadores ao longo dos anos.

Essa mudança de direção aconteceu num momento em que a entidade vivia uma desorganização administrativa e financeira muito grande. A Asufsc, por conta da ligação com a administração central, lotava na sua sede trabalhadores da UFSC para fazer o serviço administrativo. E havia muita gente. Como o governo Collor levantou as denúncias de trabalhadores fantasmas e marajás, os trabalhadores da universidade  tiveram de sair da Asufsc e voltar para seu setor de origem. Foi quando, então na gestão do MAI, o grupo instituiu o processo seletivo também para os trabalhadores da associação. Para entrar, só com concurso. Assim, garantiam também mais qualidade no atendimento. São dessa época alguns trabalhadores que até hoje estão no SINTUFSC como a Dige, o Luciano e a Silvana.

Uma greve muito importante foi realizada nesse ano da primeira gestão do MAI, num forte embate com o governo privatista e neoliberal de Fernando Collor de Mello. Ele havia lançado a proposta de demissão voluntária, visando colocar para fora da universidade um bom número de trabalhadores, “enxugando a máquina”. Com a luta nacional bastante participativa os trabalhadores derrubaram a proposta de demissão e ainda conseguiram aumentar em 10% as vagas nas universidades públicas. Essa luta acabou projetando o MAI dentro da UFSC pela forma como o grupo conduziu o movimento.

Em 1991 o MAI volta a ganhar as eleições na entidade e aí já está realizando um profundo trabalho de debates nos setores para transformar a Asusfc em Sindicato, visto que com a nova Constituição os trabalhadores públicos já podiam sindicalizar-se. Em nível nacional, a Fasubra, que também já estava na mão da esquerda, incentivava esse processo. Entendia que criar um sindicato era o caminho mais seguro para avançar nas lutas.

 

 

Greve histórica em 1991. Foto: James Tavares / Acervo Agecom UFSC.

1992  – o fim da Asufsc e o começo do SINTUFSC

A discussão sobre criar um sindicato na UFSC sempre esteve na ordem do dia dos trabalhadores vinculados às lutas da esquerda e com a possibilidade garantida na Constituição de 1988 esse debate só cresceu. Com o grupo do MAI na Asufsc a proposta foi finalmente colocada na mesa e iniciaram-se as reuniões setoriais para explicar de sala em sala o que significaria encerrar a fase de associação e começar o tempo de sindicato. Foi uma batalha muito disputada, pois o grupo vinculado à reitoria não queria perder a Asufsc e tampouco compartilhava da mesma concepção política do MAI, que apontava para o sindicato totalmente independente da administração central.

O embate foi grande. E enquanto o MAI preparava os trabalhadores para o plebiscito que iria decidir a questão, o outro grupo realizava ações de boicote jogando no lixo as cartilhas, os materiais informativos e gerando a desinformação, dizendo que o MAI iria acabar com o trabalho assistencialista. Foi quando também se acirrou o debate de classe. A turma do MAI era acusada de “comunista”, “petista”, “sindicalista”, tudo com conotação pejorativa, como se fosse destruir o patrimônio dos trabalhadores. Como não havia ainda a lei da transparência, o MAI não tinha muito acesso à informação e tampouco tinha apoio das pessoas que estavam mais próximas da administração, por isso a contrainformação corria solta. Ainda assim, no plebiscito, que levou massivamente os técnicos às urnas, venceu a ideia de transformar a Asufsc em sindicato.

Foi uma vitória bem expressiva e vinha ancorada no trabalho sério do MAI que, desde a década de 1980, principalmente depois das greves que garantiram a Isonomia, aparecia como o grupo que efetivamente tocava com sucesso o movimento político dentro da universidade. A categoria sabia que ali podia confiar.

A cisão da chapa como divisor de águas 

As diferenças na concepção de luta levaram a uma briga interna dentro da chapa ampla que lá atrás havia sido criada para enfrentar o Nilto Parma. As divergências com relação à concepção sindical começaram a aparecer dentro da diretoria. Parte dela queria seguir com a lógica assistencialista e outra parte queria acabar com isso. A gota d´água aconteceu cinco meses depois de a diretoria do segundo mandato assumir, quando dois membros saíram e o Conselho Deliberativo da entidade decidiu trocar por outros nomes, sem o conhecimento da categoria. Não bastasse isso, essa fatia da diretoria insistia em investir na recreação e no assistencialismo em vez da luta. Tanto que decidiram construir uma cancha de bocha onde hoje é o estacionamento do SINTUFSC. Foi um grande embate interno, com muito desgaste para o grupo.

Foi preciso chamar uma assembleia geral para discutir os problemas internos do comando do sindicato e o resultado foi uma reunião com mais de mil pessoas que deliberou pela expulsão dos membros da diretoria que tentaram dar um golpe trocando diretores sem passar pelo crivo da categoria.

Aquele foi um momento crucial para o SINTUFSC: uma demarcação entre o apadrinhamento e o sindicato de luta. Foi o tempo em que os grupos ficaram bem demarcados e as concepções ficaram claras. E, naqueles dias, venceu a visão do sindicato classista.

Sindicato dos trabalhadores surgiu em 1992. Foto: Acervo Agecom UFSC.

O primeiro CONSINTUFSC/ 1993 – a vitória de uma concepção

Com a criação do sindicato e as questões da diretoria resolvidas uma das primeiras ações foi chamar um Congresso da Categoria para definir a estrutura da entidade e os rumos da luta, agora sob nova forma. Foram 119 delegados, numa eleição bastante disputada, que definiram o novo rosto da entidade. Não foi coisa fácil e teve até chamada para briga física durante o evento. Tudo porque o Sintufsc que nascia tinha outra concepção sobre o papel de uma entidade de trabalhadores. Não mais o assistencialismo, mas a luta travada contra o governo e na independência total da reitoria.

O processo pedagógico da organização do Congresso foi muito importante porque ensinou como participar, como se organizar, foi uma educação política para os trabalhadores, trouxe consciência de classe para uma categoria que vivia à margem dos debates políticos que aconteciam na sociedade.

Desde aí os Congressos da categoria se constituíram na instância maior dos trabalhadores e é desse momento que saem as mudanças estruturais e o Plano de Lutas, uma proposta de trabalho de longo prazo que precisa ser cumprida independentemente da vontade da diretoria. Essa era uma novidade porque colocava todo o poder nas mãos dos trabalhadores e não na direção.

O retorno do assistencial

A batalha de titãs que havia sido travada para transformar A Asufsc em Sindicato e o primeiro Congresso da categoria que apontaram o nascimento de uma nova fase dentro da categoria dos Técnico-Administrativos deu nova virada meses depois, quando já sob o novo estatuto e instituído como uma entidade sindical houve novas eleições para a diretoria. Entendiam os dirigentes que como agora eram um sindicato deveriam passar por nova consulta. E apesar de todo o trabalho de organização dos trabalhadores, a chapa vencedora – chamada de Identidade do Servidor  –  foi a que vinha com o aval de Nilto Parma, agora com João Batista Frutuoso na cabeça, uma espécie de “herdeiro” do velho dirigente da Asufsc, bem como das propostas assistenciais. Nesse processo é bom lembrar a eterna interferência da máquina administrativa da reitoria, sempre atuando no sentido de impedir a vitória de chapas mais à esquerda. Esse grupo do João Batista acabou ficando duas gestões seguidas, de 1993 a 1997, quando então o MAI voltou a vencer as eleições, de novo com Helena Dalri na cabeça de chapa, virando outra vez o timão. Naquele ano a nova gestão recebia o sindicato com uma dívida ativa de 500 mil reais e o grupo precisou fazer um longo trabalho de recuperação financeira da entidade para poder tocar as lutas necessárias da categoria. Repetia-se a história, visto que na primeira vitória, ainda na Asusfc, aconteceu o mesmo. E, outra vez, O MAI conseguiu colocar a entidade nos trilhos.

1997, Chapa MAI. Foto: Elaine Tavares.

Com a volta do MAI, agora acrescentado de novas lideranças que haviam entrado na universidade nos anos 1990, sai de cena outra vez o assistencialismo e volta a prática da luta independente. Não mais qualquer atrelamento à reitoria, muita formação de base, e muita peleia contra os governos de plantão. Foi esse grupo que comandou a greve de 2001, que rendeu aos trabalhadores uma de suas maiores vitórias: a incorporação de uma gratificação que era maior do que o salário. Com esse ganho, os vencimentos dos trabalhadores passaram a ter um valor mais justo.  De 2001 a 2009 as novas lideranças mais expressivas do sindicato foram Elaine Tavares e Raquel Moysés, que seguiram na direção da entidade prezando pelos princípios do MAI.

Em 2009 o MAI perde de novo as eleições e volta ao comando do sindicato o grupo ligado à reitoria, sob a coordenação de Celso Martins, com uma chapa chamada Determinação.   Mais uma vez a lógica assistencialista se instala no sindicato a ponto de nos últimos anos dessa gestão – que ficou de 2009 a 2019 – os maiores feitos serem as grandes festas onde se sorteavam brindes. As greves que aconteceram no período tiveram o comando quase sempre hegemonizado pelos grupos mais à esquerda, o que gerava muito conflito com a direção, muitas vezes até inviabilizando as ações de luta.  Os antagonismos seguiam fortes.

Em 2019, já com o quadro da universidade bastante transformado com uma nova geração de trabalhadores que entraram nos anos 2000, o grupo que vence as eleições retoma a concepção do sindicato de luta, com ações mais voltadas à formação políticas e às lutas por direitos e na defesa da universidade. E assim começa a gestão da chapa TAEs Unidos – Juntos somos mais fortes.

Chapa 1, TAEs Unidos – Juntos Somos Mais Fortes, 2019. Foto: Acervo SINTUFSC.

Ao longo de todos esses anos os antagonismos assistência X luta e atrelamento X independência da reitoria foram constantes e recorrentes. Eles marcam praticamente todas as disputas dentro da universidade. Nesse contexto a participação da reitoria sempre tem sido intensa, seja no campo da direita – como foi toda uma era chamada de rodolfista, pela liderança do reitor Rodolfo Pinto da Luz  – seja no campo aparentemente mais progressista como agora na gestão Cancelier e Balthazar. Sempre foi clara a participação da máquina, com a atuação explícita de pró-reitores durante as eleições, trazendo eleitores, pressionando os trabalhadores e ameaçando com o fim da assistência. Para os grupos de esquerda a batalha é sempre muito desigual e as vitórias sempre aconteceram em situações conjunturais bem demarcadas. Porque a categoria sabe que quando é necessário sanear a entidade ou dirigir as lutas é esse grupo que consegue melhores resultados. Isso explica o longo período – durante os governos petistas  – do grupo mais ligado à reitoria. Foi um tempo misterioso no qual os reitores se alinhavam ao governo, ainda que fosse petista.

Outro antagonismo que aparece com bastante clareza é que quando o sindicato está na mão dos grupos assistencialistas há uma tendência de a entidade ficar mais voltada para dentro, para assuntos muito intestinos. E quando o comando é dos grupos independentes e desvinculados da reitoria o sindicato se projeta também para fora, acompanhando as grandes lutas nacionais das outras categorias e os embates que dizem respeito à classe trabalhadora como um todo. É quando a diferença sindicato classista x sindicato assistencial mostra-se sem véus.

As greves

Desde os anos 80, quando ainda se organizavam na Asufsc, os trabalhadores da UFSC já participavam das grandes greves nacionais que começaram a acontecer, ainda que a ditadura perdurasse. E, apesar das divergências com os professores, que também são uma tradição na UFSC, essas lutas eram travadas em conjunto, com a formação de comandos unificados. Nessas jornadas, foi muito importante a participação de TAEs e docentes vindos de outros estados que, como foi dito, tinham já forte militância nas lutas sociais e davam substância política às paralisações. Uma das greves mais importantes foi a de 1982, ainda sob a batuta do general João Figueiredo, quando os trabalhadores lutaram contra a proposta do governo de transformar as autarquias em fundações e instituir o ensino pago. Essa greve gerou um movimento muito forte e acabou fazendo o governo recuar. Uma vitória que aqueceu as baterias para as novas greves que viram logo após.

Na verdade, foi uma sequência de greves, de 1982 até 1987, que permitiu momentos de profunda politização na categoria, pois para além de propostas salariais se pensava a estrutura da universidade. Vencer o governo na proposta de privatização das IFES foi um  momento glorioso e, de quebra, os trabalhadores ainda conseguiram a tão sonhada isonomia, que equilibrava os salários entre todos.  Esse processo ajudou muito na construção do sindicato, pois todos perceberam a força da luta.

Outra greve que marcou a vida da UFSC e dos TAEs foi a de 1996, já sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, que também procurava privatizar o patrimônio público dos brasileiros. Essa foi uma greve que se consolidou para apoiar a greves dos petroleiros que queriam a reintegração dos colegas demitidos no governo de Fernando Collor. Foi a primeira vez que os trabalhadores faziam greve em solidariedade à outra categoria. Uma greve política, classista, que também promoveu muita consciência crítica.

A greve de 2001 também foi um momento pedagógico muito importante. Na UFSC a categoria decidiu pela ocupação do NPD – hoje Setic  – e ficou acampada na frente do prédio por três meses. Foram dias de muita tensão, pois por ali passavam inclusive dados de todo o Estado de Santa Catarina e não apenas da UFSC. Ninguém entrava nem saia do prédio. A Justiça chegou a colocar uma multa de 100 mil reais por dia e os trabalhadores não arredaram pé.  A vitória, com a incorporação da GAE (Gratificação de Atividade Executiva), ficou marcada para sempre na categoria.

Nos movimentos que se repetiam ano a ano igualmente era possível perceber as diferenças de concepção de luta. Greves por salário ou greves políticas ficavam sempre muito demarcadas, com a difícil compreensão de que uma coisa não elimina a outra. Nenhuma greve por salário carece de política e as greves pela universidade pública, contra a privatização ou pela melhoria na educação também traziam embutida a luta por melhores condições de trabalho. Não pode haver universidade de qualidade sem trabalhadores bem pagos e com condições adequadas de atuação.

Manifestação contra a terceirização, em 2011. Foto: Acervo Agecom UFSC.

Por fim, um momento histórico para os trabalhadores da UFSC, a greve das 30 horas, em 2014, que, de maneira inédita em vez de parar os trabalhos, abria a universidade das sete da manhã até às dez da noite, permitindo que os estudantes e a comunidade pudessem realizar suas demandas sem encontrar a universidade fechada em horários como o da hora do almoço e à noite. Foi uma greve forte e corajosa e que só acabou em derrota por conta da direção do sindicato – que não apoiava o movimento – que chamou os aposentados para uma assembleia e eles, mesmo estando afastados da UFSC, votaram pelo fim da greve. Ainda assim, aquela greve unificou de tal maneira os novos trabalhadores que dali acabou saindo muitos dos que hoje integram a direção do sindicato para uma nova fase de sindicato de luta.

Greve de 2014, Foto: Acervo SINTUFSC.

Estatuto

Estatuto do Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina – SINTUFSC, com as alterações aprovadas em Assembleia Geral Estatutária no dia 08/04/2022 durante o XIV CONSINTUFSC – Congresso do Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, realizado nos dias 04, 05, 06, 07 e 08 de abril de 2022.

Plano de Lutas

Plano de lutas triênio 2022/2025, aprovado no XIV CONSINTUFSC, congresso realizado nos dias 04, 05, 06, 07 e 08 de abril de 2022.

Eixo Geral

Plano de ações gerais e estratégias definidas pelo SINTUFSC na defesa da Universidade Pública, Gratuita, Laica, Socialmente Referenciada e Autônoma.

Eixo Específico

Eixos específicos definidos pelo SINTUFSC na defesa da Universidade Pública, Gratuita, Laica, Socialmente Referenciada e Autônoma.

Diretoria

A Diretoria do SINTUFSC é composta por Técnicos Administrativos em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina de diversos Campus. Saiba quem compõe a atual gestão “TAEs em Luta!” – triênio 2022/2025.

Funcionários

O SINTUFSC conta com um corpo de funcionários que atuam no dia a dia para atender seus filiados e filiadas e nos cuidados com a Sede do Sindicato. Trabalham no atendimento, setor jurídico e administrativo, comunicação, limpeza e manutenção e vigilância.

Sede

A Sede do SINTUFSC é um local de encontro e mobilização dos TAEs/UFSC. Conta com auditório, salas de trabalho e reunião, além de abrigar a memória e arquivos de luta do Sindicato.

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