Acordos Greve 2024: Acesse aqui documentos do Termo de Acordo Local de Greve (UFSC) e Termo de Acordo Nacional de Greve (Fasubra) dos TAEs
28/08/2024A greve dos servidores técnico-administrativos em Educação (TAEs) de 2024, que durou […]
08/03/2024
CARTA ABERTA À COMUNIDADE ACADÊMICA E À SOCIEDADE
Nós, trabalhadores técnico-adminis-trativos em educação (TAE´s) da UFSC, assim como demais colegas de categorias das universidades de todo o Brasil, atendendo o indicativo da nossa federação nacional, a Fasubra, decidimos em assembleia do Sindicato de Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina – SINTUFSC que, a partir do dia 11/03/2024, ESTAREMOS EM GREVE.
Nesse sentido, gostaríamos de apresentar à comunidade acadêmica e à sociedade, os motivos que nos levaram a tomar essa decisão extrema que atinge a vida de todos nós. Ao contrário do que a grande mídia costuma veicular, os trabalhadores técnico administrativos não pararam durante o período de recesso das aulas, e tampouco pararam durante a pandemia. Se os estudantes terão condições de retornar às aulas no dia 11/03, é porque os servidores TAEs garantiram a realização das matrículas e todos os procedimentos para que a universidade não parasse de funcionar.
Durante a pandemia o mesmo aconteceu: enquanto os trabalhadores TAE´s da universidade adaptaram suas atividades para o trabalho remoto, os TAE´s que trabalham no HU dedicaram e arriscaram suas vidas no combate à pandemia de Covid 19.
Entretanto, ao longo dos anos, esses trabalhadores têm sido continuamente desvalorizados pelos governos, tanto presente quanto passados. É crucial recordar que nós, enquanto funcionários do Estado, dedicamos nossos esforços à prestação de serviços à sociedade. Não estamos subordinados aos governantes, independentemente de sua reputação ética, e é exatamente por isso que lutamos pela manutenção e proteção da estabilidade do serviço público. Nesse sentido, explicamos aqui alguns dos principais motivos da decisão pela greve:
III) Defesa da universidade e dos serviços públicos: nos últimos anos as universidades vêm sofrendo com sucessivos cortes de recursos, que afetam não só a manutenção do espaço físico da universidade, como também a rotatividade e ausência de trabalhadores, bem como a permanência dos estudantes com maior vulnerabilidade e dificuldades de se manterem estudando. Sabemos da importância da universidade tanto na produção de pesquisa, desenvolvendo ciência e tecnologia para atender a diversos problemas da nossa sociedade, como nas atividades de extensão abertas à comunidade, e principalmente na formação dos estudantes de diversos locais do país e diversas classes sociais. Defender a valorização dos trabalhadores e recomposição do orçamento para a universidade é defender a qualidade dos nossos serviços, é defender que a universidade continue pública e não venha a cobrar mensalidade. É defender o direito social à educação universal, gratuita e de qualidade.
Dessa forma, a luta dos TAEs tem consequências muito maiores, que extrapolam os portões da universidade. A melhoria das condições de trabalho ocasionam no melhor atendimento à comunidade acadêmica, na melhoria dos serviços prestados para a sociedade e na formação dos profissionais que atuarão no mercado de trabalho.
Repudiamos veementemente os discursos que nos rotulam como privilegiados com salários elevados. Pertencemos a uma das categorias mais sub-remuneradas do serviço público federal. Somos pais e mães de família, trabalhadores cujos salários são frequentemente comprometidos por empréstimos bancários, muitas vezes a única solução para garantir a sustentabilidade de nossos lares ao final do mês.
Diante disso, reforçamos nosso compromisso com a sociedade e com os cidadãos e por isso salientamos, especialmente aos estudantes da Universidade, que manteremos um diálogo aberto com as entidades do movimento estudantil.
Também contamos com a compreensão de todos e convidamos toda a comunidade acadêmica para juntar-se aos trabalhadores técnico-administrativos em educação na luta em defesa da universidade e dos serviços públicos e por melhores condições de estudo, trabalho e de vida!
TAEs em Greve!
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